quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Terapia Personalizada em Oncologia


Esse tratamento é aplicado em pacientes com câncer de pulmão e cólon metastáticos, além de tumores em cabeça, pescoço e pulmão, permitindo o uso de cerca de 200 novos medicamentos colocados no mercado, que trará grande economia de recursos, beneficiando milhares de pacientes

A Oncologia exige aperfeiçoamento e atualizações constantes. Nos próximos 5 anos, aproximadamente 200 novos medicamentos serão colocados no mercado. O padrão atual da escolha terapêutica, baseada em comparações entre os esquemas, necessita de um grande número de pacientes, mas, com a entrada desses novos medicamentos, não será mais viável.
Atualmente, o tratamento oncológico adequado utiliza testes específicos para determinar o padrão de resposta, resistência e toxicidade de cada medicamento, além das características genéticas do paciente. Passaremos de uma fase empírica, baseada apenas em dados estatísticos de estudos fase 3, para dados concretos definidos pela característica genética e biológica de cada tumor.
O benefício clínico e a economia gerada por esses procedimentos são enormes. Utilizamos medicamentos com menor toxicidade e maior eficácia. As complicações são reduzidas e, consequentemente, a internação dos pacientes. A redução do preço dos exames genéticos permitirá uma escolha adequada do tratamento, evitando o uso de medicamentos de alto custo com padrão de resistência elevada para determinado paciente.

Outra questão fundamental é que, principalmente em pacientes portadores de câncer de mama ou de cólon, uma grande percentagem utiliza quimioterapia profilática (adjuvante) sem qualquer beneficio. Em mulheres submetidas à cirurgia para câncer de mama, se a análise imuno-histoquimica demonstrar presença de receptor hormonal (estrogênio e progesterona) é necessário que o tumor (que se encontra armazenado em blocos de parafina) seja analisado por um dos testes genéticos disponíveis, para definir se a quimioterapia é necessária. Na maioria das vezes, apenas o uso de tratamento hormonal via oral (tamoxifeno ou inibidor de aromatase) é suficiente. Entre os testes disponíveis o Oncotype DX é o mais utilizado nos Estados Unidos e no Brasil. Ele fornece informações fundamentais para a condução adequada de cada caso e, apesar do preço elevado, o custo-benefício para os planos de saúde é significativo, pois muitas vezes evita o uso de uma quimioterapia que pode durar mais que seis meses e com valor muito mais elevado que o teste. Além de poupar as pacientes de medicamentos com efeitos colaterais, entre os quais se inclui a queda de cabelos.
Por outro lado o teste pode indicar que existe realmente a necessidade de um tratamento adicional que será, então, aceito com mais tranquilidade pelas mulheres. O mesmo acontece com pacientes submetidos à retirada do intestino grosso (colectomia) por câncer; eles podem ser curados apenas com a cirurgia, e a realização de testes genéticos permitem definir este grupo e, se necessário, selecionar o medicamento mais indicado para cada caso.
A terapia personalizada é aplicada em pacientes com câncer de pulmão metastático. Aqueles que possuem determinadas mutações no gene EGFR se beneficiam da droga oral Erlotinib (Tarceva), com ampla vantagem sobre qualquer tratamento quimioterápico.
A terapia personalizada permitirá a utilização dos novos medicamentos, devido à economia de recursos. O medicamento Erbitux (Cetuximab), anticorpo monoclonal utilizado em pacientes com câncer de cólon metastático, além de tumores de cabeça, pescoço e pulmão, não funciona em pacientes cujo tumor tem mutação KRAS, racionalizando o custo e a eficácia da droga. A pesquisa de biomarcadores (como são chamados os testes que indicam a resistência ou efeito positivo de um medicamento) é atualmente carro chefe de diversas pesquisas em todo o mundo.
A Oncotek investe e aplica diversos testes, analisando o tumor e o paciente, definindo sempre que possível o melhor e menos tóxico tratamento a ser utilizado.

Mensagem final

As pacientes com diagnóstico de câncer de mama devem ficar atentas quanto à indicação de quimioterapia adjuvante (profilática), pois nem sempre ela é necessária. Além disso, existem fatores, tanto genéticos quanto medicamentosos, que podem interferir na eficácia de um remédio, tendo como exemplo o Tamoxifeno, usado na terapia hormonal, que é influenciado pelo gene CPY2D6, reduzido em cerca de 10% das mulheres e bloqueado por diversos antidepressivos de uso frequente. O futuro já chegou e os testes genéticos e moleculares são cada vez mais utilizados para o benefício de milhares de pacientes.


Consultoria: Dr. Eduardo Johnson
www.oncotek.com.br

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