terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Câncer de colo uterino. Uma doença em extinção?


O câncer de colo uterino é o segundo mais frequente em mulheres no Brasil. No Norte e Nordeste chega a ocupar a primeira posição

Tratando-se de uma patologia em que se conhece o agente causador, o vírus HPV, o seu controle é possível e pode ser reduzido a casos esporádicos, caso se utilize os recursos disponíveis.
A prevenção é essencial e deve ser realizada a partir do inicio da atividade sexual. Além do tradicional teste citológico Papanicolau, a pesquisa do DNA viral através da captura híbrida é fundamental. Esta combinação de exames identifica praticamente 100% das mulheres com doença relacionada com o HPV. Algumas considerações são muito importantes para orientação da população feminina: um exame de captura híbrida positivo não significa que a mulher seja portadora de alguma doença, ela pode ser portadora do vírus que, em 75% dos casos, é eliminado pelo sistema imunológico sem qualquer tratamento. A doença, inicialmente sem malignidade, ocorre devido a uma infecção persistente, geralmente superior a um ano. Outra informação é que pelo menos 10 anos são necessários para o aparecimento do câncer; inicialmente ocorre a neoplasia intra-epitelial, graus 1,2 ou 3, que não são malignas e se tratadas de forma correta são curadas, não evoluindo para um câncer.
Quando o exame do DNA viral (captura híbrida ou PCR) é positivo recomenda-se uma avaliação mais criteriosa do colo uterino através de colposcopia, que se não revelar anormalidades os exames podem ser repetidos após um ano. A captura híbrida negativa oferece tranquilidade e por pelo menos 3 anos a mulher não corre risco de aparecimento de nenhuma lesão do colo do útero. A importância desse exame é detectar casos em que o Papanicolau é normal, mas pode existir alguma alteração não evidenciada. Com alguma frequência atendemos pacientes com diagnóstico de câncer do colo uterino que fez exame preventivo um ano antes, apenas com Papanicolau, que nada acusou de anormal. A prevenção correta pode evitar um câncer que ocorre em mulheres jovens e que se puder ser tratado leva a mulher a uma menopausa precoce e a impede de procriar. Procure seu ginecologista. Faça o certo!



VACINAS CONTRA HPV


No Brasil, estão disponíveis duas vacinas utilizadas na prevenção do HPV. Devido a pouca divulgação, o seu uso num país com alto índice de câncer de colo uterino é ainda pequeno. Algumas informações são importantes para conscientizar a população da sua utilidade:
1. Como as vacinas não contêm o DNA viral, são seguras e não transmitem nenhuma infecção.
2. A sua eficácia é superior a 95% contra os principais tipos de HPV
3. Apesar de vacinada, a mulher deve seguir a mesma rotina de prevenção , pois ela não imuniza contra todos os tipos existentes de HPV oncogênico.
4. No momento está indicada para meninas de 9 anos até jovens de 26 anos. A dose de reforço após cinco ou 10 anos ainda não foi definida.
5. Para o seu uso, não é necessário nenhum exame prévio e mesmo mulheres com teste de captura híbrida positivo ou Papanicolau alterado devem ser vacinadas.
6. É segura, com mínimos efeitos colaterais e reduz significativamente o risco de doenças e câncer relacionados com o HPV.

MENSAGEM
O câncer de colo uterino tem sua etiologia conhecida, um programa de prevenção eficaz e duas vacinas capazes de imunizar contra 80% das cepas oncogênicas de HPV. Portanto, é possível evitar este câncer ou diagnosticá-lo em fase precoce, evitando tratamentos radicais. Nossa recomendação é de realizar a prevenção com o Papanicolau associado à captura híbrida e vacinar o grupo de 9 a 26 anos.
Mulheres estão sempre um passo à frente e, possivelmente, este será o primeiro tipo de câncer a ser totalmente controlável no mundo.


Consultoria: Dr. Eduardo Johnson
www.oncotek.com.br

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